Monkeypox: O que você precisa saber!

O mundo tenta se recuperar de uma grande pandemia. É esperado que a identificação de “novas” doenças infecciosas gere apreensão. O número de casos de monkeypox que estão acontecendo em vários países ganha destaque. Saiba quais são os sinais e sintomas, como ocorre a transmissão, o quanto a doença é perigosa e como se proteger.

 Em maio de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS), notificou casos de Varíola símia em diversos países, inicialmente na Europa e posteriormente em diversas regiões do mundo.  O Brasil, desde então, já confirmou cerca de 10.000 casos, sendo o terceiro país no mundo com maior incidência.

O vírus foi descoberto em 1958, quando foram constatados dois surtos semelhantes a varíola humana em macacos mantidos para pesquisa (o que deu origem ao nome Varíola dos macacos). O primeiro relato de infecção em humanos foi reportado em 1970 em uma criança na República Democrática do Congo, sendo esporadicamente reportado em países da África Central e África Ocidental. Embora o animal considerado reservatório do vírus seja desconhecido, os principais candidatos são pequenos roedores.

Transmissão

A principal forma transmissão da Varíola dos Macacos aos seres humanos ocorre por contato próximo com uma pessoa ou animal infectado (pele, secreções). Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode ser transmitido por meio da saliva. A infecção pode ocorrer, ainda, no contato com objetos recentemente contaminados.

Sinais e sintomas

Os sintomas mais comuns identificados durante o surto de 2022 incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, baixa energia e linfonodos inchados, seguidos ou acompanhados pelo desenvolvimento de uma erupção cutânea que pode durar de duas a três semanas. A erupção pode afetar a face, boca, garganta, palmas das mãos, solas dos pés, virilhas, regiões genitais e/ou anais. As feridas na pele começam planas, depois se enchem de líquido antes de formar crostas, secar e cair, com uma nova camada de pele se formando por baixo. As pessoas permanecem infecciosas até que todas as crostas das feridas tenham caído e uma nova camada de pele se forme.

Trata-se geralmente, de uma doença autolimitada, podendo ocorrer casos graves. Atualmente, a taxa de mortalidade de casos é de cerca de 3 a 6%.

Diagnóstico

O diagnóstico diferencial clínico que deve ser considerado para outras doenças exantemáticas, como varicela, sarampo, infecções bacterianas da pele, sarna, sífilis e alergias associadas a medicamentos.

Havendo suspeita de Monkeypox, os profissionais de saúde devem coletar uma amostra adequada e transportá-la com segurança para um laboratório que possa realizar o teste. A reação em cadeia da polimerase (PCR) é o teste laboratorial mais indicado devido à sua precisão e sensibilidade. Para isso, as amostras diagnósticas ideais para a varíola dos macacos são de lesões de pele.

Terapêutica

Os cuidados clínicos devem ser totalmente otimizados para aliviar os sintomas, gerenciar complicações e prevenir sequelas a longo prazo. Os pacientes devem estar hidratados e se alimentarem bem para manter o estado nutricional adequado.

O tecovirimat, um agente antiviral, foi desenvolvido para o tratamento da varíola (Smallpox) foi licenciado pela Agência Europeia de Medicamentos para ser usado no tratamento da Varíola dos macacos em 2022 com base em dados em estudos em animais e humanos. Ainda não está amplamente disponível.

Vacinas

A vacinação contra a varíola foi demonstrada como sendo cerca de 85% eficaz na prevenção da Varíola dos Macacos, através de vários estudos observacionais. Assim, a vacinação prévia contra a varíola pode resultar em doença mais leve. A evidência de vacinação prévia contra a varíola geralmente pode ser encontrada como uma cicatriz na parte superior do braço. Atualmente, as vacinas originais contra a varíola não estão mais disponíveis para o público em geral. Uma vacina baseada em um vírus vaccinia atenuado modificado foi aprovada para a prevenção da varíola dos macacos em 2019. Esta é uma vacina de duas doses para a qual a disponibilidade permanece limitada. As vacinas contra a varíola e a varíola do macaco são desenvolvidas em formulações baseadas no vírus vaccinia devido à proteção cruzada proporcionada pela resposta imune aos ortopoxvírus.